A comodidade, segurança e conforto atrai muitos consumidores aos shoppings centers, logo, abrir um empreendimento comercial pode ser bastante lucrativo, ainda mais, se for pelo sistema de franquia no qual o negócio já foi testado. Porém, há que se pensar nos custos que, nesses casos, geralmente são mais altos.
Tais empreendimentos requerem um planejamento financeiro bem detalhado, apontando as fontes de recursos, relação de gastos, investimentos e demais despesas com registros e licenças.
No mesmo sentido, deverá ser elaborado um plano de negócios, no qual será definido qual a atividade econômica e as estratégias de mercado a serem adotadas.
Tema de extrema importância para empreendedores, empresários e pessoas que desejam investir nesse mercado. Continue esta leitura para compreender melhor sobre como funciona uma franquia em shopping center através dos seguintes tópicos:
- Como funciona uma franquia em shopping center?
- Negociação de custos em tempos de crise.
- As vantagens de uma franqueadora presente em diversos shoppings.
- A importância de uma assessoria jurídica na intermediação.
Confira abaixo!
Como funciona uma franquia em shopping center?
As franquias no Brasil estão em expansão e hoje já é possível encontrar em diversos segmentos econômicos. Da mesma forma, as disponíveis para instalação em shopping centers são muito atrativas, pois trazem segurança operacional, comodidade e conforto decorrente do ambiente, grande fluxo de pessoas aliadas ao modelo de negócios já testado e aprovado.
Em que pese os efeitos decorrentes da pandemia do COVID19, com o fechamento dos estabelecimentos, principalmente os shoppings, foi um evento atípico que atingiu o mundo, mas praticamente superada.
Diante disso, as atividades voltaram e muitos negócios de franquias em shopping centers estão sendo realizados, logo, os custos devem ser muito bem calculados para um bom planejamento.
As franquias em shopping center podem ser realizadas de duas formas, pelo modelo de quiosques ou por lojas convencionais. A escolha irá depender do volume de capital a ser investido e dos objetivos de cada franqueado.
Com isso, as variáveis que irão afetar os custos são:
- Posicionamento da franquia dentro do shopping;
- Espaço físico necessário para a implantação da franquia;
- Se o tipo de franquia escolhido poderá ser implantado em loja convencional ou quiosque.
Lembrando que no modelo de quiosque há redução de custos como:
- Custos de implantação proporcional ao espaço físico ocupado;
- Redução do número de trabalhadores;
- Taxas de adesão à franquia são menores nesse modelo;
- Redução de taxas e licenças de funcionamento;
- Maior rotatividade de clientes pela localização dos quiosques.
Diante disso, dependendo da atividade econômica escolhida, o modelo de negócios adotado na franquia, pode trazer custos mais elevados. Porém, conforme citamos, o franqueado conta com toda a expertise do negócio já testada reiteradamente.
Da mesma forma, um modelo dentro do shopping center pode aumentar o faturamento por contar com um ambiente destinado ao consumo de bens e serviços. Estrategicamente planejado para incentivar o consumidor a gastar comprando mercadorias, consumindo alimentos ou serviços.
Contudo, é necessário analisar detalhadamente todos os contratos que envolvem o negócio, os de franquia, de locação com o shopping, estatutos de associação de lojistas e os regimentos internos avaliando todos os direitos e obrigações de cada parte para evitar prejuízos.
Negociação de custos em tempos de crise
A abertura de uma franquia em shopping center demanda custos como:
- Custos para aquisição/implantação da franquia: Valores a pagar ao franqueador para uso da marca, processos, produtos e embalagens.
- Custo do ponto comercial: Valor a pagar pela utilização do espaço no shopping center (conhecido como “luvas”). Em alguns modelos é pago a cada 5 anos;
- Valor do aluguel: Geralmente é um valor fixo mínimo e um percentual sobre as receitas líquidas;
- Custos com trabalhadores: Gastos com a folha de salários dos funcionários. Geralmente para trabalhar em escala de 2 turnos;
- Taxas do fundo de promoção: Valores a pagar ao shopping para realizar o marketing corporativo e ações conjuntas de propaganda;
- Despesas com o condomínio: Todos os shoppings funcionam por sistemas de condomínio, logo tem as taxas mensais do rateio.
Levando em consideração a lista de despesas e investimentos acima, em períodos de crise econômica, os contratos podem ser renegociados de forma a manter as atividades em funcionamento, mediante bom senso das partes.
Existem outras previsões legais para reequilíbrio econômico em contratos abalados por casos fortuitos ou força maior, como suportado pela pandemia da COVID19 e que merecem revisão, mesmo que por prazo determinado.
Logo, os contratos podem ser revistos pelas partem em negociações extrajudiciais ou judiciais de acordo com cada caso concreto.
Por outro lado, existem formas financeiras de melhorar o fluxo de caixa e ganhar um fôlego para passar a crise, como:
- Redução do prazo médio dos estoques, trabalhando com estoques menores;
- Negociar maior prazo de pagamento com os fornecedores ou com a franqueadora;
- Procurar reduzir o prazo de recebimento nas vendas a crédito;
- Antecipar recebíveis negociando títulos com instituições financeiras.
As vantagens de uma franqueadora presente em diversos shoppings
Quando se pretende investir em uma franquia diversas providências devem ser tomadas antes de fechar o negócio, e uma delas é pesquisar muito sobre aquela escolhida.
Quando se faz a opção por uma franquia que está posicionada em vários shoppings, pode haver alguns benefícios como:
- Ajuda com a negociação dos valores do ponto comercial junto ao Shopping;
- Maior conhecimento do negócio nesses locais, bem como, dos custos que podem ser cobrados e seus respectivos limites;
- Melhor interação entre os franqueados dos diversos shoppings, o que pode melhorar a operacionalização do negócio.
A importância de uma assessoria jurídica na intermediação
A proteção de um investimento depende de análises técnicas e jurídicas quanto aos riscos em qualquer negócio. Isso não é diferente nas franquias.
Principalmente, porque existem Leis especiais a serem aplicadas às relações de franquias que precisam de uma análise jurídica em cada caso concreto.
Por exemplo:
- Verificar se a COF (Circular de Oferta de Franquia) tem os requisitos determinados pela Lei de franquias (Lei 13966/2019);
- Verificar se o contrato de franquias tem as cláusulas específicas, bem como, os demais requisitos legais do nosso código civil;
- Analisar se os documentos, contêm os prazos previstos na Lei para realização dos atos;
- Conferir os requisitos legais e demais cláusulas de locação dos espaços;
- Analisar a exigência de licenças para cada tipo de negócio. Dentre outras.
Como se pode perceber, são inúmeras variáveis que precisam de uma assessoria jurídica para assegurar a realização dos negócios dentro dos parâmetros legais.
Por fim, é importante lembrar que há necessidade de avaliar cada caso concreto para poder trazer segurança jurídica aos negócios entre o franqueado e a própria franqueadora.
Ainda ficou com alguma dúvida?
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